quarta-feira, 25 de julho de 2018


É preciso ter consciência de que a visão dada por Deus para nossa vida, família, ministério e igreja local deve ser desenvolvida com eficácia, eficiência e efetividade.
Nesta artigo, o que se quer é que você possa ter instrumentos de conscientização a respeito da obra de responsabilidade social para que possa ser instrumento de Deus em nossa comunidade e no serviço que nossa igreja presta na área social.
É preciso conscientização
A sua conscientização quanto à obra de responsabilidade social é o processo de fazer com que você mesmo conheça seus direitos e deveres quanto ao social, praticando-os em sua plenitude.
A conscientização não é especificamente o indivíduo, ou uma comunidade conhecer uma realidade tal como ela é, mas é um processo baseado na relação consciência-mundo.
A conscientização consiste no desenvolvimento crítico da tomada de consciência.
Sendo assim quando falamos que queremos que você tenha conscientização do trabalho de responsabilidade social estamos querendo que você perceba a realidade que está a sua volta de maneira reflexiva, crítica, inventiva objetivando decisões, ações que produzam liberdade para todos os envolvidos.
Como tornar isso possível?
a. Você deve aprender sobre sua real missão.
a.    Você deve ter uma visão do amor em que relacionamentos pessoais íntimos possam ser desenvolvidos.

b.   Você deve entender que Deus já deu a você habilidade para cumprir sua missão de amor ao mundo.
c.    Você deve construir um pensamento bíblico acerca da missão e espiritualidade integral.
e proclamar o ano da graça do Senhor” (NVI), a missão de Jesus  era livrar as pessoas da opressão, curando-as. Ele quis ver vidas realmente mudadas. Jesus teve um equilíbrio entre a realidade física e as necessidades do espiritual. O equilíbrio foi conquistado porque ele nunca separou as duas realidades. Encontrou necessidades físicas, mas igualmente ensinou a verdade (Mat.4.23) “Jesus foi por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo”(NVI).
  1. d.    
  2. Você deve manter o foco para com sua missão.


Sublinhe a palavra ‘aprender’. Você precisa aprender coisas que ao longo do tempo se perdem como qual é o seu real propósito na terra.
Não há conscientização social se você não se perceber quanto a sua identidade expressa nas comunidades onde possa estar.
Afinal de contas, para que você existe? Bem a resposta clássica é: para o louvor da glória de Deus. Sem dúvida, essa é a resposta correta, mas… como você se faz em seu dia-a-dia louvor da glória de Deus? Quais são as marcas que você precisa adquirir e levar sobre seu próprio corpo que expressam a dignidade de Deus sobre sua vida e história?
Vamos lá….
“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com  isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (Jo.9.34-35-NVI).
Francis Shaeffer[1] diz que “esta passagem revela o sinal que Jesus dá para rotular um pessoa cristã não somente numa época ou numa localidade, mas em todos os tempos e em todos os lugares, até a sua volta”. Esta é uma ênfase em todo o NT e em I João 3.11- NVI, João afirma que o amor é a essência da mensagem ouvida desde o início: “Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”.
Em qualquer lugar, uma pessoa cristã é chamado a eleger o amor como sinal de um verdadeiro discípulo de Jesus. Este é um sinal inadiável, que não se deixa para começar amanhã. Deus está desejoso sempre de livrar seus discípulos de serem pessoas que tenham relacionamentos superficiais, de amor só de boca, ou de alienação em relação aos problemas dos outros. Quem ama se compromete, se doa e, acima de tudo, faz a vontade do Senhor.
Sublinhe a palavra Entender. Ao se conversar com alguns líderes da igreja local, às vezes fica a impressão de que a questão do amor que a igreja deve ter com a comunidade é algo bem claro, mas diante das lutas que a própria igreja enfrenta (construção de templo, pouca liderança, falta de liderança, espaço físico, localização, falta de recursos financeiros, falta de preparo e etc.), não se faz possível desenvolver um trabalho comunitário.
É preciso que, a começar de você e indo para toda a igreja, haja a consciência de que hoje temos muito mais recursos para realizar essa obra do que antes, quando Jesus pronunciou seus ensinamentos e que por isso mesmo, apesar de todos os obstáculos, Deus já preparou os recursos para aqueles discípulos que lhe são obedientes e desejam ver a obra de Cristo realizada no mundo com toda pujança.
Sublinhe a palavra ‘construir’. Ora, com isto se quer afirmar que o seu papel é amplo e dirige-se para todas as esferas da vida. A sua visão de papel e ação deve ser ampla, procurando agir e influenciar na cultura, nas estruturas da sociedade, na espiritualidade de um povo, etc.
No que diz respeito ao seu ser, você, discípulo,  é chamado a desenvolver não somente a sua vida devocional em particular, mas a sua vida enquanto comunitária.
Esse chamamento é expresso em ações de benevolência, isto é, em ações que tenham a ver com as necessidades das pessoas. Você deve criar sempre o desejo de reeditar o diálogo do passado do Rei com os justos sobre o grande julgamento predito por Jesus: “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mt 25.37-40 – NVI).
A sua espiritualidade deve ser encarnacional, isto é, deve atingir a carne e o sangue, isto é, as pessoas.  Deus está cheio de piedade e detesta completamente a opressão e suas consequências.
De acordo com Lucas 4.18-19, “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos
O grande ato da benevolência de Jesus foi o fato de que sua ação foi além do auxílio físico para um investimento e um compromisso compassivo de tempo, de energia e de amor.
Você deve está disposto a viver longitudinalmente, lado a lado das pessoas e distribuir-lhes não meramente o dinheiro, o alimento, a roupa, ou outros bens, mas a própria vida.
Sublinhe a palavra ‘manter’. Em Atos 21.10-16, lemos sobre Ágabo profetizando para que Paulo não fosse para Jerusalém, pois lá seria judiado por todos. Paulo disse que iria porque sua missão era essa e não deixaria de realizá-la por causa do sofrimento que lhe sobreviria. Paulo estava bem focado em sua missão e por isso continuou.
Você deve, uma vez que entendeu que sua vida é para glorificar a Deus e que isso acontece quando o eixo de relacionamento horizontal está em pleno fluxo, não tirar o foco dessa direção.
Sabe, muitas pessoas começam bem e terminam mal. Por quê? Porque começam de maneira correta, mas ao longo de suas vidas se deixam embaraçar com coisas menos importantes simplesmente porque não têm nada a ver com o foco determinado por Deus para a sua história.
Uma vez que você está consciente do seu papel quanto à responsabilidade social que Deus espera de você, deve prosseguir. Os obstáculos certamente virão, as decepções também. Pedras muitas serão lançadas, palavras pessimistas certamente serão empreendidas a respeito do que você fará, mas o que importa se por sua vida o Senhor será glorificado e vidas serão transformadas?
Creio que aqui está o segredo de continuar em nossa missão. O foco não deve ser o mundo, mas pessoas que vivem ao nosso lado clamando por transformação. Crianças, jovens, meia idade, idosos precisam de pessoas como você que queiram investir em suas vidas pela motivação correta – o amor de Deus, e que para isso doam a própria vida em serviço, sabendo que enquanto fazem algo de valor para o próximo estão fazendo para o próprio Jesus; que quando são fiéis no pouco, o Senhor os honra no muito.
A paixão (aqui entendida como amor sem fronteiras) deve ser o combustível do seu foco. Paixão por pessoas, paixão por
transformação que gerem dignidade, justiça, paz e amor.
2 – Você deve ter os olhos, ouvidos e boca para ver, ouvir e falar.
É preciso querer ver, ouvir e falar sobre o que está ao nosso redor. Você já notou que as pessoas, em um grande centro urbano, olham para baixo? Quase não encontramos pessoas que olham nos olhos e param para ouvir outras. Outro dia ouvi alguém falar: a pior coisa é quando perguntamos a alguém como ela está e ela começa a explicar! Isso, sem dúvida, demonstra o espírito de nossa época: superficialidade e individualidade.
A verdade é que um discípulo de Cristo busca ter consciência de que seu papel de agente de responsabilidade social deve ir na contramão da história atual, por mais difícil que seja.
Veja:
As nossas cidades são um palco de violência, roubo e injustiça. Vive-se um sacrifício diário de milhares de pessoas pobres que, na maioria das vezes, não tem mais a estabilidade garantida pelas famílias e se veem sozinhas, no caos, injustiçados pela ideologia capitalista que concentra muitos bens nas mãos de uma minoria, desprezando e oprimindo a maioria.
Nessa política de roubos, violência e injustiça, a postura da pessoa cristã consciente de sua responsabilidade social deve ser aquela dos profetas bíblicos que denunciaram os agentes da opressão, postar-se ao lado daqueles que têm sido marginalizados, obrigados a morar em cortiços, comunidades carentes e nas ruas da cidade, roubados no direito e na justiça; deve dar-lhes sentimento de pertença, colocar-se como uma comunidade que encarna suas lutas e rompe com o egoísmo da elite.
O profeta Isaías acreditava na possibilidade de restauração de um povo. Esta é uma esperança que deve alimentar você. Deve-se evitar uma abordagem negativista, que não vê possibilidade de restauração e que não leve em conta a pessoa como pessoa.
Deve-se ter a certeza de que Deus tem interesse de inspirar seus filhos a criar estratégias que confrontem as forças e faça com que se rendam. O protesto é legitimo e deve ser levado em frente.
3 – Você deve ler tudo e estar em eventos sobre Responsabilidade Social e, caso seja possível, estar ao lado de alguém que já tem desenvolvido em sua vida ações de Responsabilidade Social.
Alguém me perguntou um dia: como você tem tantas idéias? Eu respondi: leio muito, converso com gente criativa, especulo tudo que vem em minhas mãos e gosto de ir em lugares e estar atento a tudo o que acontece. Além de tudo isso, tenho amigos extremamente visionários.
Muitas pessoas dizem que não gostam de ler, mas certamente esse sentimento vem porque nunca tiveram o desejo de criar o hábito da leitura. Para quem tem o hábito sente verdadeiro prazer, pois a leitura abre nossas mentes para o novo.
Você precisa criar o hábito de ler. Ler principalmente livros, artigos que tenham vínculo com o social. Hoje, há tanta coisa escrita, de excelente qualidade, que às vezes fico tonto sem saber o que ler primeiro.
Sua consciência social será maior, proporcionalmente a sua leitura nesta área. No final desde estudo você tem uma relação de livros para poder desfrutar de suas leituras.
Não só de livros viverá o ser humano, mas de eventos também. Tenho tido oportunidade de ir à alguns eventos fantásticos na área social. Você não deve ir em qualquer evento, mas nos que realmente são importantes para a sua formação. Entre nos sites de busca e faça uma relação dos eventos e depois escolha o que estiver a sua altura de compreensão e condições financeiras. O que é importante aqui é estar no lugar certo e na hora certa para ouvir o que Deus tem para a sua vida.
A fé vem pelo ouvir e o ouvir da Palavra de Deus. Precisamos ouvir o que Deus tem a dizer sobre o social e eventos são lugares e ocasiões certas para isso.
Também outro fator de suma importância é  grudar em alguém que temos como espelho para nossa ação social. Primeiro, precisamos pedir a Deus para que ele nos mostre a pessoa (ele tem uma pessoa para nos abençoar, eu creio); depois quando ele nos mostrar, devemos ficar ao lado para adquirir tudo o que ela pode fornecer. Não há melhor método do que pessoas que já estão na obra social para nos influenciar. Todos nós precisamos de alguém que seja nosso apóstolo Paulo, para desenvolvermos paixões, habilidades e estabilidade.
4 – Você deve ser ensinável e ensinar.
Em Mateus 13.11-12, Jesus ensinou que quem tem fome e sede de justiça é bem-aventurado.  Esse ensinamento aparece no contexto da parábola do Semeador. Após Jesus contar a parábola, os discípulos começam a fazerem perguntas e Jesus, antes de respondê-las, diz: “Ele respondeu: A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado.” (NVI) 
Corretamente David kornfiel em seu livro: Equipes de Ministério que Mudam o Mundo[2], afirma que entre todas as possíveis interpretações, a melhor é aquela que aponta para o fato que Jesus está dizendo aos discípulos que eles devem ter fome e sede de aprender a vontade do Pai e quem tem essa fome e sede aprenderá e crescerá mais ainda.
Que maravilhoso ensinamento. Você deve ter fome e sede de aprender sobre a obra social. Uma vez consciente de seu papel, de sua missão, deve criar uma cultura de aprendizagem a fim de se aprofundar cada vez mais na dinâmica da ajuda mútua, do envolvimento com a comunidade, visando eficácia e eficiência em suas ações.
O desejo de aprender vem somente quando falta o conhecimento ou habilidade de completar uma tarefa a contento – quando há humildade para perceber que não sabemos o que precisamos saber para realizar a obra do Senhor.
O Senhor promete acrescentar sabedoria a quem busca e você precisará dessa sabedoria ‘em dobro’ na sua vida quando estiver realizando sua missão no mundo. Veja o texto de Tiago 1.5 – NVI: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”.
Outro aspecto é o desejo que você precisa de ensinar a outros tudo o que você recebeu da parte de Deus. Sua consciência social não deve ser guardada com você; ela deve ser multiplicada na vida de outras pessoas.
Corretamente Keith Phillips, no livro A Formação de um Discípulo[3], diz que o nosso ministério é avaliado apenas na quarta geração. Isto é precisamos capacitar até que a quarta geração esteja pronta para ministrar outras pessoas, equipes.
Que grande desafio! Mas também que grande privilégio! Você pode ser instrumento na vida de muitas pessoas, desde que você tenha como alvo passar o legado que recebeu ou tem recebido da parte do Pai.
Tudo o que você está aprendendo, desde agora, deve ser colocado à disposição de outros. Escolha alguém para compartilhar o seu aprendizado. Converse, troque experiências, informe. Tudo isso fará você mais pleno e possibilitará que a obra que Deus começou fazer em sua vida possa se multiplicar em outros corações sendo o ‘outro’ abençoado com toda sorte de bênçãos na região celestial.
Conclusão
Não é preciso dizer, depois deste estudo, que o ideal é trabalharmos por uma promoção humana de transformação, de responsabilidade social ainda que possamos começar e durante todo o processo mantermos os outros níveis de ação social tais como assistência social e uma ação social.
Mas o importante é que você pode ser um instrumento valioso nas mãos do Pai na  igreja como um voluntário na obra de responsabilidade social colocando seus talentos e dons a serviço da comunidade. Ajudando a obra de responsabilidade social.
Temos que entender que nossa vida precisa ser um canal da graça de Deus e apesar de podermos fazer isso e na verdade se deve fazer no dia-a-dia dos nossos relacionamentos, como igreja precisamos cumprir esta grande tarefa de levar a comunidade o verdadeiro evangelho de cristo: o evangelho integral: corpo, mente e espírito.
Fico como pastor completamente admirado com crentes que dão o seu tempo, talento, apesar do cansaço da sua labuta diária na obra de responsabilidade social. Creio que para estas Jesus já dispensou seu galardão. Amém.
  [1] Ler mais sobre o assunto no livro do autor: A verdadeira espiritualidade. São Paulo: Cultura Cristã, 1999. 222p.
[2] KORNFIELD, David. Equipes de ministério que mudam o mundo – oito características de uma equipe de alto rendimento. São Paulo: Sepal, 2007. 198 p.
[3]PHILIPS, Keith. A formação de um discípulo. São Paulo: Vid

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